quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O CLAMOR DE BATUM




CENÁRIO 1 – DESESPERO NA ALDEIA DE BATUM


Índio de outra aldeia –Sokiboyoki, liloba na Nzambe te, bokokende na lifelo!
(Se vocês não ouvirem o evangelho irão para o inferno!)

Batum –Ndengeniniyooyebiyango?
(como você sabe disso?)

Índio de outra aldeia – Sokiboyoki, liloba na Nzambe te, bokokende na lifelo!
(Se vocês não ouvirem o evangelho irão para o inferno!)

(A insistência do índio de outra aldeia leva toda aldeia de Batum chorar em desespero)

Narrador: Porque esse pranto? Porque esse desespero ? É a tristeza de um povo que acaba de saber o seu trágico destino eterno. O índio de outra aldeia, após ter ouvido o evangelho pregado pelos missionários, dirigiu-se a aldeia de Batum, dizendo-lhes insistentemente que, se não ouvissem o evangelho, iriam para o inferno. Essa novodade causa choque e desespero em toda a aldeia de Batum. A peça que vamos acompanhar agora é inteiramente baseada em fatos reais, ocorridas em uma aldeia do povo Bisori, na Papua Nova Guiné, Oceania, no ano de 1982. Ela relata o desespero de um povo perdido na busca de alguém que lhes ensinasse o evangelho da salvação. Fique atento, abra o seu coração e assista a peça:” O Clamor de Batum”


CENÁRIO 2: EXPECTATIVA NA CASA DO CASAL DE MISSIONÁRIOS

Narrador: Enquanto isso, o casal, George e Helena, missionários há alguns anos em outra aldeia Bissori, estavam num dia um pouco diferente, visto que estavam aguardando, visto que estavam aguardado a visita de uma equipe de voluntários que chegaria dos Estados Unidos, para lhes ajudar na construção de uma nova casa.

Helena: Querido, por favor, venha me ajudar a pendurar a roupa no varal.

George: Já vou, querida. Deixe-me só terminar essa porção do evangelho de marcos que estou traduzindo para a língua Bisori. Graças a Deus, a cartilha de alfabetização em Bisori já está pronta. (Depois de alguns instantes) Aqui estou,querida! Não vejo a hora de chegar os visitantes. Eles mal sabem como serão úteis aqui.

Helena: Ah, eu não vejo a hora de ter um banheiro melhor, uma sala maior... Vai ser bom demais. Um espaço maior vai nos permitir reunir um numero maior de nativos em nossa casa.

George: Está mesmo precisando e, se Deus quiser, dentro de alguns dias já teremos nossa casa nova...


CENÁRIO 3: A CHEGADA DA EQUIPE DE VOLUNTÁRIOS

(Faz-se um som de avião enquanto George e Helena conversam)

George: Espere aí, Helena, o som que ouço parece ser de avião não é? Será que são eles?

Helena: São eles sim! Eles chegaram!

(Os dois missionários correm para receberem seus hóspedes)

George: Olá gente, sejam bem vindos. E aí como foi a viagem?

André: Graças a Deus foi boa. Não víamos a hora de chegarmos aqui para ajudarmos na construção de sua nova casa

Patrícia: Que lindo! Gostei demais deste lugar! Como é linda a paisagem aqui!

Helena: Venham, entrem. Sintam-se em casa.

George: Creio que vocês já ouviram falar de nós. Meu nome é George e essa é minha esposa, Helena. Quais são seus nomes?

(Então cada um dos visitantes diz seu nome)


CENÁRIO 4: INESPERADA VISISTA DE BATUM E WANDU

Narrador: A conversa parecia gostosa e empolgante. Os visitantes estavam muito contente por terem chegado aquela aldeia Bisori. Enquanto o grupo conversava e se impressionava com a linda paisagem da aldeia, repentinamente ouviu-se um forte grito vindo do meio do mato, que os deixou bastante assustados.

Batum e Wandu: Mosakoli, mosakoli(Missionário, missionário)

George: Bino nani? (Quem são vocês?).

Batum e Wandu: NgaiBatummpemoninga na ngaiWandu
(Sou Batum e este é meu amigo Wandu)

George (falando para os visitantes): Eles estão me chamando. Na língua deles missionário é “mosakoli”. Parecem ser índios de uma outra aldeia Bisori. Existem várias aldeias perto e longe daqui. Vou pedir que eles saiam do mato e se aproximem.

George (falando para Batum):Boyaawa! (Venham aqui)

(Batum e Wandu se aproximamam com um pouco de desconfiança e George sai para saudá-los enquanto os visitantes estão todos amedrontados)

Helena (falando para os visitantes): Não fiquem com medo, eles são humanos iguais a nós.

George:Bolonginini? Ndengnininakokikosunga bino?
(O que vocês querem? Como posso ajuda-los?)

Batum:Tolingmosakolimpona na Biso (Wandu repete em voz alta: mosakoli)
(Queremos missionário para nossa aldeia)

George:Mponaninibolongimosakoli? (Porque vocês querem um missionário?)

Batum: Sokitoyoki, liloba na Nzambe te, tokokende na lifelo!
(Porque se não ouvirmos a palavra de Deus, iremos para o inferno).

Wandu (repete em voz alta): Na lifelo te (Para o inferno não)

Helena: Alguém lhes disse que, se não ouvirem o evangelho irão para o inferno, por isso, ouvindo que aqui tinha missionários, eles vieram pedir missionários para a aldeia deles também.

Marcos: E agora? O que vocês vão lhes dizer? O que vai acontecer?

George (falando para os visitantes): Vou hes dizer que não dá para lhes mandar um missionário agora e que retornem para c[a daqui a quinze dias.

George (falando para Batum):Batum, mosakoliazalimpona na bino sikoyo. Bonzongaawa na mposombale

Batum: Te, te. Tolingmosakolisikoyo. Sokitoyoki, liloba na Nzambe te, tokokende na lifelo!
(Não,não. Queremos missionários. Se não ouvirmos a palavra de Deus, iremos para o inferno!)

Geroge (falando para os visitantes): Eles querem missionários agora, Porque não querem ir para o inferno. Mas vou-lhes dizer que não tem missionário para ir a aldeia deles.

George (falando para Batum e Wandu): Sikoyomoyenazali te, Batum

(Então, Batum e Wandu saem decepcionados e mais desesperaos ainda, clamando por um missionário)

Batum: Te, te. Tolingmosakolisikoyo. Sokitoyoki, liloba na Nzambe te, tokokende na lifelo!
(Não,não. Queremos missionários. Se não ouvirmos a palavra de Deus, iremos para o inferno!)


CENÁRIO 5: A REAÇÃO DOS VISITANTES

Patrícia: O que é isso? Não acredito no que acabamos de ver

Margareth: Eu acho que voces combinaram coeles

Helena: Não combinamos. Nem nós conhecíamos Batum e Wandu e nunca fomos a aldeia dels. Só tem a gente aqui nesta aldeia, mas existem muitas aldeias Bisori sem um missionário sequer. E só a gente não tem condições de atender a todos. Nós já trabalhamos com esta aldeia e com outras vizinhas.

Alexandre: Mas como é possível?

George: Irmãos, isso é pra gente ver que a seara realmente é grande mas poucos são os trabalhadores


CENÁRIO 6: O CONTATO COM A BASE

Helena: Querido, não é bom fazermos contato com a nossa base na cidade para sabermos se existe algum missionário na nossa missãoque possa vir trabalhar com a aldeia de Batum?

George: É isso que vamos fazer agora

George (falando para a base via rádio): Alô,alô. Aqui é George da aldeia Bisori. Câmbio

Base: Base NTM. Câmbio.

George:Gostaríamos de saber se existe pelo menos um missionário disponível para vir trabalhar numa ladeia Bisori que precisa e solicitou urgentemente um missionário. Câmbio.

Base: Negativo. Câmbio

(Todo grupo fica desesperado e chocado com a resposta)


CENÁRIO 7: O RETORNO DE BATUM

Narrador: Todos os presentes ficaram chocados com a resposta negativa. Não havia uma só pessoa disponível. Não porque a base não quisesse enviar, mas porque não havia mesmo ninguém para ser enviado. O sono fugiu de todos naquela longa noite. Passaram-se os quinze dias e, conforme o combinado, Batum e Wandu voltaram a aldeia dos missionários. Eles estavam alegres na esperança de conhecer o missionário qie iria para a aldeia deles.

Batum e Wandu: Mosakoli, mosakoli! Tosepela! Tosepela! Tosepela)
(Missionário, missionário!). Alegremo-nos! Alegremo-nos! Alegremo-nos!

(George se dispões a recebe-los enquanto se aproximam. Em seguida fazem as saudações habituais da cultura Bisori)

Batum: Wapimosakolimponamboka na biso? Wapi eu?
(Onde está o missionário para a nossa aldeia? Onde está ele?)

George:Mosakolimponamboka na bino azali te(Não tem missionário para a sua aldeia)

Batum: Te, te. Tolingmosakolimpona na biso!
(Não, não. Queremos missionário para a nossa aldeia).

George: Mosakoliazali te. (Não tem missionário.)

Batum: Te, tolingmosakolisikoyo. Sokitoyoki, liloba na Nzambe te, tokokende na lifelo!
(Não. Queremos missionários. Se não ouvirmos a palavra de Deus, iremos para o inferno!)

Em seguida, apontando para a equipe de voluntários, Batum exclama:
Bongo bango? Mponaninibangobakokende te?

Helena (falando para os visitantes): Ele esta perguntando se vocês não podem ir para a aldeia deles

(Nessa altura, todos os visitantes reagem negativamente, alegando diversas razões).

George:Bangobayebikolobamonoko na bino te. Tuna bango.
(Eles não sabem falar nossa língua. Perguntem pra vê).

Batum: Nini? Bangobayebikoloba te?

Helena: Eles estão surpresos pelo fato de que vocês já são tão grandes assim, mas não sabem falar a língua deles.

(Batum se aproxima de Andre, um dos visitantes, e pergunta o nome dele e, em seguida tenta puxá-lo, para que vá com eles para sua aldeia. George imediatamente intervém)

George: Te Batum. Te Batum! (Não Batum. Não Batum!)

Batum: Mosakolimponamboka na biso azali te? (Não tem missionário para a nossa aldeia?).

George: Azali te (Não tem)

Batum: Bongo mpeza? (É isso mesmo?)

George (com lágrimas nos olhos):Mpenza(É isso).

Batum: Bongo mpeza? (É isso mesmo?).

George (quase chorando): Mpenza(É isso.)

(Nesse instante, Batum se afasta um pouco de George e tira do bolso vários gravetos, cada qual representando pessoas da sua aldeia. Então, um por um, ele profere palavras sobre cinco gravetos, olhando firmemente para todos os presentes e, depois de falar joga cada graveto no chão, suas palavras são traduzidas por Helena. Toda vez que ele faz isso, seu amigo Wandu exclama com desespero “Na lifelo te”, que significa: “para o inferno não”)


Batum: Oyo, noko na ngai. Sokitoyokililoba na Nzmbe te, akokende na lifelo.
(Este é meu tio. Se ele não ouvir o evangelho, irá para o inferno).

Oyo, tata na ngai. Sokitoyokililoba na Nzmbe te, akokende na lifelo.
(Este é meu pai. Se ele não ouvir o evangelho, irá para o inferno)

Oyo, mama na ngai. Sokitoyokililoba na Nzmbe te, akokende na lifelo.
(Esta é minha mãe. Se ele não ouvir o evangelho, irá para o inferno)

Oyo, leki na ngai. Sokitoyokililoba na Nzmbe te, akokende na lifelo.
(Este é meu irmão. Se ele não ouvir o evangelho, irá para o inferno)

Oyo, moninga na ngaiWandu. Sokitoyokililoba na Nzmbe te, akokende na lifelo.
(Este é meu amigo Wandu. Se ele não ouvir o evangelho, irá para o inferno)


(No momento em que Batum joga no chão o graveto representando Wandu, este também se joga no chão e cai em pranto amargo. E, então, Batum joga no chão o resto dos gravetos).


CENARIO 8: BATUM RETORNA SEM MISSIONÁRIO PARA A SUA ALDEIA

(A equipe de canta enquanto Wandu continua chorando amargamente. Depois do cântico. André, um dos visitantes, recolhe todos os gravetos e chama George para traduzir as palavras de Batum).

André: Diga a ele que eu vou voltar para cá, a fim de levar o evangelho paraaldeia dele.

George: Batum, yealobiakimimongisamponakokende na mboka na yo.

(Em seguida, André entrega a Batum os gravetos, e este levanta Wandu, e ambos retornam muito tristes e abatidos para a sua aldeia).

(Momentos após a retirada de Batum e Wandu, saem também os missionários e a equipe de voluntários.)


CENÁRIO 9: A MORTE DE BATUM

Narrador: André voltou para seu país, e fez curso de preparo missionário. Passado alguns anos ele retornou a Papua Nova Guiné e foi levar o evangelho a aldeia de Batum, conforme prometera, mas infelizmente, quando ele chegou lá, Batum já havia morrido...

(Logo após a narração acima, todos os índios da aldeia de Batum fazem a encenação de sua morte da seguinte maneira: Eles estão reunidos, quando de repente, Batum começa a queixa-se de fortes dores no estômago, cai no chão e morre. Toda aldeia entra em desespero e lamenta amargamente a morte de Batum. Em seguida, Wandu e outro índio, carregam Batum para fora do cenário e toda aldeia lhe acompanha, clamando em voz de desespero: Na lifelo te!)

Um grupo de louvor canta um hino e missões (Sugestão: Quanta coisa tenho feito)


Autor Desconhecido


Postado em 05 de outubro de 2011

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